Conscientização e ESG além do mundo corporativo
A crescente conscientização sobre práticas empresariais sustentáveis e socialmente responsáveis tem impulsionado a adoção dos conceitos de ESG (Environmental, Social and Governance) em empresas de todos os setores.
Contudo, esses princípios não se restringem ao mundo corporativo. O Terceiro Setor — formado por ONGs, OSCs, Oscips, fundações e associações — desempenha um papel essencial na promoção de valores sustentáveis e no fortalecimento do impacto social e ambiental.
Segundo Robson Melo, diretor-executivo da Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo (Fundaes), a transformação só será completa se for para todos: “Isso não deve ser para poucos, mas para todos, ou não atingiremos o desenvolvimento sustentável.”
Por que implementar ESG no Terceiro Setor?
Apesar de não terem como objetivo o lucro, as organizações sociais podem se beneficiar enormemente da integração dos princípios ESG:
- Credibilidade e transparência perante a sociedade e investidores,
- Atração de recursos financeiros de empresas que já condicionam apoio a critérios ESG,
- Eficiência na gestão de processos, projetos e prestação de contas,
- Fortalecimento da missão institucional e do impacto positivo.
Cláudio Monteiro, CEO do Instituto PEB, destaca que a gestão de uma OSC não difere tanto da de uma empresa: “Se a empresa precisa ter lucro para sobreviver, fica fácil compreender que não só o conceito de ESG, mas também de compliance e outras ferramentas de gestão são indispensáveis para o alcance dos objetivos estatutários da OSC.”
ESG como ferramenta de impacto social
O Terceiro Setor já nasce com propósitos alinhados às dimensões do ESG:
- Ambiental: projetos de reciclagem, preservação e educação ambiental.
- Social: inclusão, assistência, capacitação e fortalecimento comunitário.
- Governança: gestão transparente, compliance e auditoria de recursos.
No caso do Instituto PEB, por exemplo, além de iniciativas ambientais como a destinação correta de resíduos, a organização promove projetos como o Educa Basquete e cursos profissionalizantes, reforçando o senso de pertencimento e cidadania.
Essas práticas fortalecem a confiança da sociedade, aumentam o reconhecimento institucional e ampliam as chances de parcerias duradouras com empresas.
Como implementar práticas ESG no Terceiro Setor
- Avaliação inicial – mapear áreas de impacto ambiental, social e de governança.
- Definir metas mensuráveis – reduzir desperdícios, promover igualdade, implementar políticas de sustentabilidade.
- Engajar stakeholders – incluir voluntários, funcionários, parceiros e doadores no processo.
- Transparência na gestão – comunicar resultados de forma clara e auditável.
- Captação responsável – garantir que todo recurso seja bem gerido e revertido em impacto social.
Superando desafios
Embora os benefícios sejam claros, muitas organizações enfrentam desafios como restrições orçamentárias e falta de capacitação técnica. Ainda assim, a adesão ao ESG torna-se cada vez mais necessária para garantir continuidade, credibilidade e relevância.
O recado de Robson Melo é direto: não basta plantar árvores sem remunerar quem cuida delas, ou construir estações de tratamento sem eliminar os esgotos a céu aberto. O lucro do Terceiro Setor deve ser social, justo e sustentável.
Conclusão
Integrar ESG ao Terceiro Setor não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica. Organizações sociais que adotam boas práticas de governança, responsabilidade socioambiental e transparência conseguem ampliar seu impacto, atrair parcerias e transformar realidades.
Com o Legacy 3, apoiamos tanto empresas quanto organizações do Terceiro Setor na implementação de metodologias, sistemas e práticas sustentáveis que fortalecem impacto, credibilidade e futuro.





